A Reforma Atualização à nossa Realidade. Neste dia do TRABALHO, parafraseando
Pedro Arroja de Portugal que escreveu
AQUI a mensagem que cabe exatamente em nossa realidade, basta trocar o nome do país e atores !
Precisamos da mudança, precisamos da reforma !
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Tudo começou há uns dias com a notícia do JN sobre a situação das crianças internadas na ala pediátrica do HSJ, conhecida pelo nome de Joãozinho.
Desde então, todos os dias há notícias sobre o Hospital de S. João. E o ritmo parece não abrandar.
Esta manhã, havia sarna no HSJ (cf.
aqui). Previ que à tarde deveria haver mais notícias. E não me enganei. Houve (cf. aqui). Há até administradores públicos a trabalhar ao Sábado à tarde durante um fim-de-semana prolongado (cf.
aqui).
É um exagero? Claro que é, mas também uma característica muito peculiar da cultura católica dos portugueses.
A reforma – a capacidade para, ao longo do tempo, ir ajustando as instituições à realidade que vai mudando – é uma característica das culturas protestantes. De facto, o movimento protestante original ficou conhecido para a história como “A Reforma”. Portugal, pelo contrário, alinhou no movimento oposto, “A Contra-reforma”.
Reformar não é com os portugueses. Passam-se anos, décadas, às vezes séculos, e nada acontece, as instituições vão-se degradando, cada vez mais desajustadas da realidade e do mundo em que vivem, e nada muda.
Escrevem-se artigos nos jornais, protesta-se na televisão, organizam-se conferências, escrevem-se livros, a obsolescência serve continuamente de conversa ao jantar entre a família e os amigos. Mas nada acontece. Em Portugal as coisas não mudam, nem nada se reforma, por argumento intelectual.
É preciso um acontecimento. De preferência dramático, E tem de estar centrado em pessoas. É então que até as mesas se viram. E as reformas que não se fizeram ao longo de anos, décadas, às vezes séculos, fazem-se então todas de uma vez, de forma brusca e radical que até parece uma revolução.
A meio da semana, perante o ritmo das notícias sobre o HSJ, e que desde então só se intensificou, comentei para uma pessoa das minhas relações que podíamos estar a assistir ao início de uma revolução que tinha o Joãozinho como origem, uma revolução como já não havia em Portugal há precisamente 44 anos.
E que revolução era essa?
Era uma revolução sem tanques, sem espingardas, sem cravos e sem sangue. Era uma revolução pacífica.
Era a revolução democrática do Estado português, aquela que não foi feita em Abril de 1974 e que ficou por fazer desde então. É aquela revolução em que os políticos e os administradores públicos deixam de ser uma casta que manda, controla, maltrata e se aproveita dos cidadãos, para passarem a ser servidores do público (“public servants”), pessoas que estão ao serviço dos cidadãos.
O Estado democrático – aquele que está ao serviço dos cidadãos, em lugar de se servir dos cidadãos – pode finalmente estar prestes a chegar a Portugal, 44 anos depois de ter chegado a democracia.
Creio que há uma pessoa em Portugal, que tem muita argúcia política, e que já se apercebeu disso – o Presidente da República. Tanto mais que não vai ser um período fácil para ele.
Para você que está com barbante amarrando seu plotter e espera a solução externa para investir ou se reinventar, pense, o que fazer para se preparar antes do outro, do concorrente, quem sabe, do cliente que chegará com uma necessidade que não conseguirá sequer compreender e como fazer ?